Arquivo mensal: março 2014

Conheça a psicodélica e progressiva “Canterbury Scene”

Sempre quando o assunto é rock psicodélico e progressivo, passa-nos pela mente nomes como Pink Floyd, Jefferson Airplane, Yes, King Crimson e tantas outras bandas que se destacaram no cenário, sobretudo, no final da década de 60 e começo de 70. Contudo, por volta do final dos anos 60, houve uma cena bastante peculiar em uma cidade do sudeste da Inglaterra, chamada Canterbury (Cantuária).

Nessa cidade, existiam bandas que carregavam características progressivas e psicodélicas em seu som, mas com um toque único: misturavam jazz e folk. Nesse cenário, havia uma espécie de revezamento de membros entre as bandas diferentes que existiam, o que fazia com que todas as bandas mantivessem aquela certa essência de psicodelismo. Dentre as bandas associadas à Canterbury podemos destacar: Gong, Soft Machine, Caravan, Hatfield and The North, Egg, Gilgamesh, Camel, National Health, Matching Mole e, indiretamente, Cos, Henry Cow e Slapp Happy.

Cos e Slapp Happy associaram-se depois ao movimento de Canterbury, principalmente por não serem ingleses de origem; Cow era uma banda belga e Slapp Happy alemã. Já a banda Henry Cow, formada na Universidade de Cambridge – na mesma universidade em que surgiu o Pink Floyd -, apesar de ser inglesa, teve o começo marcado por encabeçar outro movimento: o Rock In Opposition – assunto para um futuro post.

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Gong, banda formada em 1967, foi uma das precursoras da Caterbury Scene.

Analisarei 3 bandas que sintetizam satisfatoriamente a cena: Soft Machine, Caravan e Hatfield and The North

O Soft Machine, formado em 1967, foi segundo a revista Allmusic “uma das bandas mais influentes da sua era, e certamente um dos grupos mais influentes da cena underground”. O nome da banda surgiu de um livro do chamado The Soft Machine, de William S. Burroughs. Alguns membros do Soft Machine, como Kevin Ayers e Robert Wyatt, tiveram competentíssimas carreiras solo. O começo da carreira da banda é fortemente marcada por um som psicodélico e depois começa a incorporar elementos de Jazz que seriam aprimorados durante a carreira. Sem dúvidas, na humilde opinião desse autor, a melhor banda da cena.

Os dois primeiros álbuns, “The Soft Machine” (1968) e “Volume Two” (1969), são os mais psicodélicos que eu já ouvi. É incrível o trabalho instrumental das músicas, com uma pegada de jazz, e como tudo faz sentido sonoramente falando. A partir do “Third” (1970), o terceiro álbum, o jazz aparece mais veementemente – destaco nesse álbum, a fantástica “Facelift”. O jazz do Soft Machine vai ganhando corpo no decorrer da carreira da banda, e apresenta o seu ápice nos acimas da média “Fifth” (1973) – disco da Era Pós-Wyatt, que saiu da banda e formou o Matching Mole – e “Land of Cockayne” (1981) – da Era Jenkins.

Outra banda influente do período foi o Caravan, que surgiu em 1968 da extinta, mas muito marcante, banda The Wilde Flowers. Apesar dos 4 primeiros membros do Caravan terem tocado no Wilde Flowers, eles fizeram um som totalmente diferente; essa nova sonoridade é atestada em “Where But For Caravan Would I”, do disco homônimo de estreia. O pop, o jazz e a música clássica, foram elementos que compuseram grande parte do trabalho dessa banda, que contava com os talentosíssimos Pye Hastings e Richard Sinclair.

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O Caravan, nascido em 1968, surgiu da lendária banda The Wilde Flowers

Dos álbuns do Caravan podemos citar o “In the Land of Grey and Pink” (1971). Esse álbum nos apresenta um Caravan bastante psicodélico e, até mesmo, pop com músicas que são muito boas; a primeira é a calma “In the Land of Grey and Pink” e a outra é “Winter Wine” –  talvez a música que possui um dos melhores solos de toda Canterbury. Já no álbum “Blind Dog at St.Dunstans” (1976), encontramos um Caravan bastante progressivo com algumas das mais belas composições melódicas, como “Come Back” e “Here I Am?”.

Hatfield and The North foi formada no início da década de 70, mais precisamente em 1972, da dissolução da banda Delivery. A banda também contava com Richard Sincair. A duração da banda foi bastante efêmera, terminando em 1976; na banda tocaram Dave Stewart do Egg, assim como Phil Miller, Stewart e Pyp Pyle – que posteriormente, após deixarem a banda, formaram o National Health – além de Dave Sinclair, primo de Richard Sincair (Caravan), que era perito em órgão. Sobre o trabalho dessa banda, apesar de curto, é tão espetacular quanto do Caravan ou do Soft Machine.

A banda lançou 2 álbuns, o “Hatfield and the North” (1973) e o “The Rotters’ Club” (1975). O primeiro álbum, é uma obra-prima do rock progressivo, com belas composições de órgão do Dave Sinclair. Destaco aqui as interligadas “Going Up To People and Tinkling” e “Calyx”, além de “Rifferama”. No segundo álbum, temos uma grande coleção de bons sons. Destaco as viciante “Share It” e “Didn’t Matter Anyway”.

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A banda Henry Cow, que encabeçou o movimento Rock In Opposition, chegou a tocar com o Pink Floyd. Ambas vieram do ambiente universitário de Cambridge.

Por fim, deixarei links com as discografias das bandas, que eu citei, diretamente ligadas à cena de Canterbury. Espero que vocês aventurem-se nessa jornada pela “Canterbury Scene”.

Discografias: Soft Machine // Caravan // Hatfield and The North // Gong // Gilgamesh // National Health // Camel // Egg // Matching Mole

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Hellraiser – Análise

Hellraiser I

Diretor: Clive Barker

Ano de Lançamento: 1987

Excelente filme. Muitas cenas de gore, pouco papo-furado e muito, mas muito sangue. Hellraiser é, basicamente, pedaços de corpos e sangue com algumas cenas entre tudo isso. A história é muito bem escrita e os personagens também são muito interessantes. Este filme me lembrou muito Evil Dead pela quantidade de sangue derramado. A cena em que Frank ressurge é uma das mais memoráveis.

Os Cenobitas são cruéis o bastante para você se perguntar o que mais podem fazer em cada cena de morte. O Cubo permanece um mistério, mas é muito bem encaixado no enredo.

A trilha sonora me passou despercebida, de tão intrigado pelo enredo, talvez se ver o filme de novo consiga dizer algo sobre. O desfecho é um dos melhores que já vi no gênero terror/horror, deixando um espaço muito bem feito para uma continuação. Recomendo.

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Primeiras Impressões: Foxygen #3

Nesta seção, analisamos uma banda ou um artista, após ouvi-los pela primeira vez A banda que eu escolhi para essa edição, foi o Foxygen

Foxygen é uma banda americana, formada em 2005 por Jonathan Rado e Sam France. A banda possui 3 álbuns de estúdio – Jurrassic Exxplosion Phillipic (2007), Take the Kids Off The Broadway (2012) e We Are the 21st Century Ambassadors of Peace & Magic (2013) – e 5 EP. Analisei apenas os dois últimos álbuns

O segundo álbum, Take the Kids Off The Broadway (2012), é bastante psicodélico, mas ainda é um álbum fraco; não empolga e chega a ser cansativo. A única boa faixa dele é  a que abre o álbum “Abandon My Toys”

O  terceiro, We Are the 21st Century Ambassadors of Peace & Magic (2013), possui uma fusão muito interessante de indie, rock psicodélico e pop. Por várias vezes, durante o álbum, encontramos aquela espécie de “quebra sonora” – o álbum anda num certo ritmo e, de repente, muda – lembrando bastante o que o Pond, banda australiana de Perth, faz. Os trabalhos acústicos aproximam-se muito do que o Bahamas produziu em seu álbum “Barchords”. O álbum deve agradar bastante aos fãs de Pond, MGMT, Allbrook & Avery e, até mesmo, Tame Impala.

Faixas Destaques

Álbum: We Are the 21st Century Ambassadors of Peace & Magic (2013)

  •  No Destruction
  • On Blue Mountain
  •  Shuggie
  •  We Are the 21st Century Ambassadors of Peace & Magic
  •  Oh No

Álbum: Take the Kids Off The Broadway (2012)

  • Abandon My Toys

Assim, Foxygen é uma boa escolha pra quem está procurando por um som psicodélico, mas com elementos de pop e indie rock na medida certa. Recomendo o download do álbum “We Are the 21st Century Ambassadors of Peace & Magic” (2013).

Download álbuns: We Are the 21st Century Ambassadors of Peace & Magic // Take The Kids Off Broadway // Jurrassic Exxplosion Phillipic

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