Conheça essa banda: Scalene

Se você é, como eu, uma pessoa “sensorial”, recomendo ouvir à noite e sozinho.

LETRA (caso necessário)

Não sei o quão faz sentido restringir o consumo inicial de uma obra, mas como não me importo, reforço dizendo que deveria ouvir essa banda brasiliense no total (ou maior possível) silêncio da noite. Formada por Gustavo Bertoni, Tomás Bertoni, Lukão e Makako, a Scalene já teve troca de integrantes e um EP e dois discos lançados. E falarei um pouco do último: Real/Surreal.

Embasando minha teoria sensorial, o disco é dividido em duas partes, divisões sinceras de um trabalho com letras excelentes e melodias que confirmam e reiteram (no sentido de explorar mais ainda) suas referências.

Como não sou capaz, honestamente, de fazer uma análise minuciosa das melodias e letras, recomendo apenas que dediquem o máximo de atenção às nuances e efeitos catárticos que o disco gera, ao envolver e fechar músicas “inciadas” no lado A, no lado B.

As letras trazem não só o sentimento rebelde que se pode sentir sobre o mundo, mas também rebela-se contra o próprio sentimento de rebeldia, questionando-o. Pelo menos foi assim que interpretei a expressão “Sonhar”, algumas vezes utilizada.

Gostaria de indicar, então, duas músicas para maior dedicar sua atenção: Amanheceu e Anoiteceu.

Entender como essas duas músicas funcionam, seria, para mim, entender como funciona a divisão entre lado A e B do disco.

Lá em cima no post, se encontra a música Danse Macabre, com uma pegada pesada e com um leque interessante de interpretações (por mais que em entrevista eles tenham dito de onde veio a inspiração para a música – assim, recomendo que não procurem entrevistas da banda antes de ouvir o disco, pois as letras dão uma abertura bem interessante para inferirmos o que achamos e, também, construirmos conceitos novos).

A minha indicação, por fim, justifica nada mais do a ideia de uma obra que é tão bem feita, que nos dá a liberdade de re-criá-la a cada ouvida.

Link para download oficial do álbum.

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